sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Identidade


Nome: Zuleika de Andrade Câmara.
Naturalidade: Fortaleza, CE.
Data do nascimento: 24/08/1960

Essas informações e essa foto foram tiradas de uma identidade feita na época em que identidade se tirava assim que se fazia 18 anos. Nem mais, nem menos. Ter uma carteira de identidade era, junto com o título de eleitor, um dos primeiros passos rumo à vida adulta. Apesar de que, olhando para trás, ela acha que ainda não era tão adulta assim naquela época. “Não como você, ou minha filha, quando tinham essa idade. Hoje está tudo mais informatizado, globalizado”.
Mesmo não tendo o hoje indispensável computador, o que não faltava em sua casa era conhecimento. Tendo crescido em um ambiente que valorizava a cultura (seu pai, Cristiano Câmara, além de historiador é um colecionador com um acervo notável) e sendo uma pessoa de poucos amigos, desenvolveu o gosto pela leitura, que a acompanhou ao longo da vida. Sempre ia bem na escola. Ás vezes nem tão bem assim em matemática. Mas foi graças a essa matéria que ela conheceu um certo rapaz, responsável por ela se lembrar desse período como uma época em que estava apaixonada.
Ricardo era um amigo de sua irmã mais velha, frequentava muito a casa. Foi ela quem se interessou primeiro. Começou lançando olhares. Ele não se manifestava. “Como um cabra feio daquele não olha pra mim?”, ela perguntava pra irmã. No entanto insistia na paquera, afinal ele era um “rapaz muito bom”, valia a pena. Como Zuleika estava tendo dificuldades em matemática ele se ofereceu para ajudá-la. Depois de um tempo, com essa aproximação, o esforço acabou tendo resultados. Ao que tudo indica ele não tinha falta de interesse, era apenas timidez. O namoro prosseguiu, evoluiu, e acabou em casamento alguns anos mais tarde. A ajuda em matemática também rendeu: ela passou de ano, concluiu o 2º grau (ou “colegial”, como era chamado na época) e passou no vestibular de Economia Doméstica, que era o que ela queria fazer.
Os cabelos foram crescendo, a foto ficando mais velha, e hoje há quem duvide que seja mesmo ela aquela mocinha do retrato, apesar do rosto não estar tão diferente assim. Ela lembra do período com carinho, mas sem nostalgia. Com a segurança das pessoas que acreditam que o melhor tempo pra se viver é agora.

***
O casamento não durou para sempre, mas rendeu dois belos frutos: Cristiano e Adriana. Há dois anos namora Mário, que conheceu pela internet. Está em Viçosa fazendo mestrado e acha o povo de Minas muito hospitaleiro, “Só não gosto do frio”.

4 comentários:

Luiz Eduardo disse...

Hoje em dia a primeira coisa que se faz é identidade... os tempos mudam!
Eu amo o tempo frio de Viçosa. Esse calor que tá fazendo esses dias que não mereço

Unknown disse...

ahuahuhuahu muito boa a historia!! ainda mais pq nossa amiga Zuleika ficou dando em cima do "amigo mais velho"!! ahahuahuauahh ja vi essa historia antes!


Parabens Mary, bela matéria!

Ps.: Adoro Viçosa com Frio!!!

Abraços!

Felipe Menicucci disse...

Eu não comentei ainda porque não tinha conta do gmail, daí só entrava com o "outro" nome.

Mas isso não vem ao caso...o caso é que os "casos" que vocês contam estão muito legais. É sempre bom conhecer quem está ao nosso redor!

Beijo!

Ana Paula Nunes disse...

Quem diria que a Zuleika já teve o cabelo curtinho assim.
Muito bom o texto!
Muito boa história!

bjoks!