De terça a domingo ele entra no bar às 10 da noite e só sai na manhã do dia seguinte. E mesmo na segunda, quando o bar não abre, ele está lá. Essa é a rotina de José Duarte Faria, o Leão, há quase 30 anos, desde que abriu um dos mais tradicionais bares da cidade. O Bar do Leão no início não era mais que um boteco e “tinha o tamanho de um corredor”. Ele foi aberto em 1979, após uma temporada que Leão passou em São Paulo, morando com uma tia no bairro da Liberdade e trabalhando como vendedor de livros e enciclopédias (desses que batem de porta em porta). Cansado de bater perna ele voltou pra Viçosa, sua cidade natal, logo se casou e abriu o bar, que foi ampliando aos poucos. Ali dentro presenciou diversas histórias e já viu muitos chegarem com a cabeça raspada e irem embora de Viçosa com o diploma na mão. Mas sempre tem aquele que volta, depois de dez, quinze anos, pra mostrar pra esposa e pros filhos esse lugar, que guarda um pedaço da vida acadêmica (por que não?) de quase todos os alunos da UFV. Tanto que ele já foi homenageado pelos formandos em duas ocasiões. A relação com os fregueses costuma ser boa, “difícil é quando tem essas festas de freezer aberto, -ai, Meu Deus!- aí dá muito bêbado”. Mesmo assim ele acha que hoje as pessoas bebem com mais responsabilidade que há algum tempo, “antes o pessoal disputava quem bebia mais, hoje quase não se vê gente embriagada em bar”. Se ele diz...
Agora prefere morar um pouco mais longe, mas por um tempo ele chegou a morar em cima do bar, o que tirava o seu sossego, já que os fornecedores batiam direto na sua porta. Leão, por passar tanto tempo no bar quanto em casa, sempre morou nas redondezas “pra facilitar”, o que mesmo assim não o ajuda a ter muito tempo livre. Quando tem uma folguinha ele gosta de ler, ver tv, assistir filme... só que tudo isso ele troca por algumas horas de sono – durante o dia, já que há anos ele inverteu o dia e a noite. Passando tanto tempo no trabalho não é de se estranhar que, já divorciado de sua primeira esposa, tenha sido enquanto atendia os fregueses que conheceu Tatiane, sua atual esposa e braço direito nos negócios.
-Mas, calma aí, chamando José, de onde vem o Leão?
-É que meus dois avôs eram portugueses, e os dois tinham sobrenome Leão.
Observando os abundantes pêlos faciais que ele ostenta hoje - ao contrário do rosto lisinho da foto, que foi tirada (ele não lembra bem a data) pra carteirinha do clube AEV, Associação Esportiva de Viçosa – ainda resta uma última pergunta:
-Leão, e essa barba, é pra fazer juz ao apelido?
-Não, é que eu tenho alergia à gilete.
***
Hoje Leão tem duas filhas e dois filhos, o mais novo é o único que carrega o sobrenome Leão. Seu desejo agora é se aposentar, quem sabe abrir um restaurante. Vai esperar as filhas formarem pra decidir. Mesmo com vontade de descansar, pensa que talvez demore a se desligar do bar. “Eu já acostumei, né? Eu aposento e venho aqui olhar ele”
Agora prefere morar um pouco mais longe, mas por um tempo ele chegou a morar em cima do bar, o que tirava o seu sossego, já que os fornecedores batiam direto na sua porta. Leão, por passar tanto tempo no bar quanto em casa, sempre morou nas redondezas “pra facilitar”, o que mesmo assim não o ajuda a ter muito tempo livre. Quando tem uma folguinha ele gosta de ler, ver tv, assistir filme... só que tudo isso ele troca por algumas horas de sono – durante o dia, já que há anos ele inverteu o dia e a noite. Passando tanto tempo no trabalho não é de se estranhar que, já divorciado de sua primeira esposa, tenha sido enquanto atendia os fregueses que conheceu Tatiane, sua atual esposa e braço direito nos negócios.
-Mas, calma aí, chamando José, de onde vem o Leão?
-É que meus dois avôs eram portugueses, e os dois tinham sobrenome Leão.
Observando os abundantes pêlos faciais que ele ostenta hoje - ao contrário do rosto lisinho da foto, que foi tirada (ele não lembra bem a data) pra carteirinha do clube AEV, Associação Esportiva de Viçosa – ainda resta uma última pergunta:
-Leão, e essa barba, é pra fazer juz ao apelido?
-Não, é que eu tenho alergia à gilete.
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Hoje Leão tem duas filhas e dois filhos, o mais novo é o único que carrega o sobrenome Leão. Seu desejo agora é se aposentar, quem sabe abrir um restaurante. Vai esperar as filhas formarem pra decidir. Mesmo com vontade de descansar, pensa que talvez demore a se desligar do bar. “Eu já acostumei, né? Eu aposento e venho aqui olhar ele”